sábado, 18 de maio de 2013

O CORPORATIVISMO EMPERRA..

POR RENATO DIONISIO. A falta ou pouca densidade de profissionais de medicina no interior, motiva a discussão acerca da permissão de trabalho no Brasil para médicos formados em outros países. O tema ganha espaços crescente na mídia nacional e local. Dos Conselhos Regionais de Medicina a opinadores de toda ordem, feito eu, metem a colher, como dizia dona Fortunata. Todos, com alguma ou toda autoridade, apontam caminhos e soluções: O aumento do número de cursos de medicina. Critérios menos rígidos para o revalida, espécie de prova de conhecimento para estrangeiros que pretendam o exercício da profissão no Brasil. Política de fixação do profissional nos rincões, pelo ente federado entre outras, são as teses. Qualquer que seja a posição sustentada haverá quem ela contradite, posto que nenhuma delas sozinha resolva o problema. A solução, entretanto, é enormemente prejudicada pelo exacerbado espírito de corpo reinante em nosso país. A chaga corporativista defende, ainda que a sorrelfa, a não aprovação de novos cursos, como também, o endurecimento das condições para acesso a nosso território de profissionais formados em outras nações. A velha lei da oferta e da procura orienta este discurso, quanto menos médicos, mais clientes, mais privilégios, mais ganho e prestígio. Outro problema gigantesco salta aos olhos nesta discussão, o nosso gigantismo, que tem a complicá-lo o desenvolvimento regional diferenciado. As cidades mais pobres estão nas regiões norte, nordeste e centro oeste, onde o desemprego é alarmante, as condições sanitárias inexistem, o analfabetismo impera e faltam as mínimas condições de trabalho. Além destes complicadores, profissional algum quer enfrentar a instabilidade de um contrato de quatro anos, tempo do mandato do prefeito, sem garantia alguma. No bojo desta questão, bem que nossa Assembleia poderia abrir a discussão acerca do acerto, ou não, de nossa UFMA aproveitar o ENEM como forma de acesso. Este sistema torna desigual a possibilidade dos alunos, sobretudo os optantes aos cursos de medicina. Se nenhuma escola, estadual pública ou privada, está bem colocada no IDEB, como pretender que nossos jovens obtenham êxito numa eventual competição com os oriundos das regiões sul e sudeste. E veja, pelo menos neste escrito, me nego a discutir a política de cotas. Assim, não me acanho em afirmar, que estamos intencionados ou não, trabalhando para a manutenção desta situação, a experiência mostra que a tendência de muitos ao concluírem o curso superior é o retorno para perto dos seus. Independente da solução apontada, penso que o que vai garantir a manutenção do profissional perto de seus clientes é a ligação que efetivamente ele tiver com os hábitos, costumes, laços afetivos familiares e com seus clientes. Lembro que após a revolução cubana, grande parte dos médicos da ilha Caribenha foi para Nova Iorque. Instado Fidel para o problema, teria respondido. ”Deixa, foram atrás dos clientes deles.” Os capitalistas já haviam abandonado Cuba. Me aventuro em afirmar que o problema da fixação de médicos no interior do pais tem solução, falta com certeza vontade política para sua implantação, neste sentido, é imperioso melhorar o nível do ensino nas regiões mais distantes, para tanto crie o governo uma política de incentivos financeiros e treinamento constante. Autorize o aumento do número de cursos de medicina e finalmente amplie e modernize a rede de atendimento. Pequenas coisas cujos resultados evitariam o estrangulamento dos grandes centros e salvaria milhões de brasileiros desvalidos.