quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CIDADE OPERÁRIA COMUNIDADE EM AÇÂO

CIDADE OPERÁRIA COMUNIDADE EM AÇÃO
Resgate da História.
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PROJETO
O conjunto Cidade Operária foi construido nos anos 80 com recursos do Banco Nacional de Habitação(BNH), durante os governos João Castelo e Luís Rocha.Planejado para 15 mil casas, foi considerado na época como o maior projeto habitacional da América Latina. Porém , só 7.500 uidades foram construidas.
Infra - estrutura- um planejamento técnico que contava com prédios públicos para escolas, unidades de saúde, além de áreas verdes.
No início de 1986 surge em São Luís uma articulação do movimento de defesa da moradia, com estratégias de realizar a invasão do conjunto habitacional Cidade Operária; um eixo de articulação composta por lideranças que surgiram apartír dos movimentos de sem teto, dos palafitados, seguindo uma orientação da política nacional, de movimentos populares, para cobrir um deficit habitacional. Com a extinção do BNH, e já na gestão do governador Luís Rocha (83 a 87). As casa não foram entregues. Diante desse fatos a Cidade Operária transformou-se em um grande palanque, um espaço para banquete eleitoral. Sentavam-se a mesa advogados, jornalistas,sindicalistas, politicos tradicionais que estimulavam o ato de invasão. As 7500 casas estavam ocupadas. No inicio de 1987, foi protagonizada a cena mais cruel que se tem conhecimento na História da Habitação Popular do Maranhão. A luta do POVO X POVO para garantir o direito ao teto. Os que estimularam a invasão não levaram em conta, na época que na listagem dos 7500 contemplados, haviam, aqueles que sem padrinhos politicos aguardavam a tão sonhada casa. Trabalhadores, pessoas simples, vitimas da politicagem.
OCUPAÇÃO
Cada uma das milhares de casas construidas significava o sonho de pais e mães de família em ter um imóvel proprio e consequentemente um pouso certo. O que não foi nada fácil, como destaca um dos militantes da época, o funcionário público Pedro Camara. ¨Interesses políticos trataram de ir aos poucos modificando um projeto sério e viável, principalmente porque em 1986 era época de eleição e determinados candidatos tinham um número de casas destinado a seus apadrinhados. Diante da cruel realidade com a indignação da população foi impossível o controle
e a invasão inevitável¨, afirmou.
CONTEMPLADOS
Finalmente entre dezembro de 86 e inicio de 87 sai a lista dos mutuários contemplados e instala-se um verdadeiro clima de guerra com duas pessoas brigando por uma casa. Resultado, confusões que acabavam na polícia, em meio ao tumulto e desespero. Como em uma terra sem lei, as casas eram depredadas, sendo comum caminhões saírem à noite carregados de portas e janelas furtadas dos imóveis.
Com o impasse sobre quem ficaria com a casa, surge a proposta de criar uma comissão dos mutuário, idealizada por Pedro Camara. Daí, é lançada em assembleia a idéia de negociação dos imóveis com a COHAB-MA.
No dia 27 de janeiro de 1987 é criada a comissão dos contemplados(mutuários) para negociar com a COHAB a entrega dos imoveis e por fim ao clima de guerra. Ao final das negociações, foi montado um plano de retirada dos ocupantes e entrega imediata aos mutuários da listagem publicada em jornais de grande circulação. O plano de retirada foi denominado de efeito dominó. Executado pela policia, dando cobertura 24 horas. Ainda foi possível abrigar 4.000 contemplados. Permanecendo 3500 mil ocupantes. Num duelo que a injustiça imperava dos dois lados e os oportunistas separados por um grande balcão de negocios.
REGULARIZAÇÃO: OCUPANTES X CONTEMPLADOS
Em março de 1987, Epitácio Cafeteira assume o governo do Estado e declara através da Imprensa que ¨a casa era de quem estava dentro dela¨, silenciando milhares de pessoas.
Solução- a medida foi a COHAB-MA recadastrar quem residia no conjunto, com a participação de representantes das comissões de contemplados e ocupantes. Em outubro de 1989, através de um abaixo assinados enviado a Secretaria de desenvolvimento Social e primeira dama Isabel Cafeteira,que encaminha ao governador e de pronto os contratos foram entregues.
Gestão: Presidente Cohab na epoca e Governador
Edgar Maranhão-epoca dos conflitos(86-87) Luís Rocha
Paulo Marinho - Regularização dos mutuários(88-89)Epitácio Cafeteira
Luís Leite- entrga dos contratos(89-90) Epitácio Cafeteira.
Dr. Fernando Mendonça- Principal Articulador movimento Defesa da Moradia, advogado e presidente da associação dos mutuarios do Maranhão
Pedro Camara- Principal articulador dos movimentos populares e presidente da Associação Recreativa e de defesa Urbana da Cidade Operária.
E A LUTA CONTINUA.
Casa garantida, e agora? Cadê os serviços basicos de infra estrutura? Bem,eles não existiam. Resultado? Mais mobilizações entre os moradores, em busca de serviços essenciais, como coleta de lixo, transporte coletivo, escolas,posto de saúde e meia-passagem para estudantes do local.
MELHORIA DE TRANSPORTES UMA LUTA PERMANENTE.
Minimizada a situação de conflitos da moradia, surgiram as necessidades de providencias dos serviços publicos essenciais; a prioridade foi a ampliação da frota de transportes, o bairro possuia duas linhas a cidade operaria são cristovão e Cidade Operária Planalto que pertenciam a Empresa São Luís detentora do monopolio. A população aumentou e os onibus não atendiam as necessidades nos horários de pico. Apesar da empresa disponibilizar 11 0nibus em cada linha, estes prestavam serviços de forma precária com onibus superlotados.As empresas eram registradas no municipio de São José de Ribamar, sem direito á meia passagem.
Em abril de 1987, amenizados os conflitos na questão da moradia e que as partes silenciam após as declarações do governador Cafeteira. A comunidade começa a se organizar em grupos e associações comunitárias. Com o objetivo de transformar a Cidade fantasma, parcialmente depredada, abandonada, em um local em condições habitáveis e com qualidade de vida.
Por decisão do governador no final do 1° semestre foi autorizado, a recuperação de 04 prédios escolas , o ano letivo já estava sacrificado. Sem escolas funcionado a alternativa foi estudar em escolas comunitárias ou em escolas públicas fora do bairro. O maior sufoco para as familias de baixa renda com pagamento de passagens semi urbana sem direito a meia passagem, mudando a rotina dessas pessoas.
Como funcionava o sistema de transportes
Funcionava de forma precária o empresário e deputado José Gerardo exercendo o monopólio destes serviços com 22 onibus distribuidos entre as linhas Operária Planalto e São Cristovão, mais dois onibus Janaina e 02 Santa Clara. Em horários de pico estes superlotavam. No inicio de maio de 1987, Pedro Camara presidente da Associação Recreativa e de defesa Urbana , entrega em audiencia a prefeita Gardenia Ribeiro Gonçalves, uma exposição de motivos, com documentos anexos que comprovavam a Cidade Operária pertencer ao municipio de São Luís. E consequentemente ter assegurado o direito a meia passagem, no cumprimento da lei municipal. Diante do exposto, muitas variaveis dificultavam a imediata apllicação da lei. A de maior destaque apresentada pelo gabinete, foi que a empresa concessionária possuia permissão de outro municipio. A empresa São Luís começou a prestar serviços qundo o conjunto ainda estava em construção, com tarifa de São José de Ribamar. para fazer valer o direito a meia passagem as entidades comunitárias, estudantes e membros da congregação João Calabria criaram o Movimento Popular em março de 1988, fizeram passeata e ao final interditatam a pista principal na curva da Uema impedindo o acesso dos onibus nos dois lados da pista. A luta não foi fácil, pois o empresário era conhecido pelos seus métodos violentos. A policia militar esteve presente para evitar piores consequencias. No segundo dia sem que os manifestantes soubessem o Governador Cafeteira e comitiva estacionaram na entrada da UEMa, onde iriam inaugurar a escola Justino Pereira. O governador procurou saber o que estava acontecendo. Relatamos os fatos. Daí ele perguntou o que faltava para garantir a meia passagem. Explicamos que conforme orientação do Orgão gestor(DMT) havia pendencia de transferencia da linha, por parte da Secretaria de Obras e Transportes(SETOP) do Estado para o municipio de São Luís. Ficando o compromisso do governador autorizar a transferencia. As questões de natureza burocrática esticou por alguns dias; e finalmente a comunidade conseguiu a conquista da meia passagem, daí por diante a Cidade Operária passou a ser tratada como municipio de São Luís.
MUDANÇAS NO SISTEMA
As precárias condições dos serviços esticou até outubro de 1991, com a rearticulação dos movimentos populares de São Luis propondo mudanças no sistema de tranportes e consequentemente acabar con a concessão de lihas, substituindo pela contratação de serviços. Na questão específica da Cidade Operária as lideranças reinvindicam ao Prefeito Jackson Lago, em audiencia que autorizasse ao DMT fazer um levantamento de demanda nos serviços oferecidos na região Cidade Operária. O Secretário de Transportes na época Dr. Padua Nazareno comprovou a precariedade dos serviços em atender umma população neste periodo de 100 mil habitantes, com 28 onibus no total.
PREFEITO AUTORIZA NOVAS EMPRESAS
A título precário e em caráter emergencial, o prefeito autorizou a entrada a entrada de vária empresas a exemplo da Primor, Gonçalves, Taguatur e outras a circular no bairro até que os donos do monopólio, ampliasse a frota. A melhoria destes serviços aconteceram de forma lenta.No final do ano de 1999, o prefeito autorizou a entra de empresasa para substitui os 36 onibus da empresa JULLE, por irregularidade citadas durante a CPI do Narcotráfico.
Do ano de 1998 até 2002 a situação normalizou decorrente de outros fatores:
O surgimento e crescimento da Cidade Olimpica, a maior area de ocupação do Brasil, o funcionamento do hospital Socorrão II e a pavimentação da estrada da Mata que beneficiou diretamenta mais de 50 mil habitantes.
A CIDADE OPERÁRIA QUER A VOLTA DAS LINHAS PRÓPRIAS
Apartír de 2003 com a extinção de linhas proprias a Cidade Operária tranformuo-se em um imenso corredor de onibus que servem outros bairros mudando a rotina das pessoas que passam o maior sufoco,em longas caminhadas, enfrentando uma longa espera de onibus superlotados vindos de outros bairros. O povo manifesta: QUEREMOS NOSSOS ONIBUS DE VOLTA.

Cidade Operária, emlonga espera:
Pela volta das linhas de ônibus própria.

A comunidade da Cidade Operária aguarda com muita paciência que o poder público municipal e o consórcio do sistema integrado de transportes coletivos levem em conta as necessidades do povo. A situação precária dos serviços oferecidos ao bairro Cidade Operária tem mudado a rotina das pessoas que precisam levantar mais cedo, fazer longas caminhadas, passar por um verdadeiro sufoco, por uma longa espera para chegar a escola ou ao trabalho.
O momento crítico começa apartír das 6;20 até as 7;20, nos horários de pico os moradores se aglomeram nas paradas, esperando os ônibus que vem de outros bairros(já que a comunidade possui uma única linha com quatro ônibus) a maioria chegam completamente lotados, e passam direto para o terminal; fazendo literalmente de nossas avenidas de um imenso corredor de transportes.
Apartír das 7:20 a situação ameniza, dá pra ter vez e se acomodar nos ônibus superlotados; é comum a qualquer usuário chegar atrasado a seu destino.
Em reunião com o Secretário Municipal de Transportes Coletivos o eng° Dr. José Ribamar Oliveira, manifestamos em sugerir ao Prefeito João Castelo em instituir através de decreto a título precário e emergencial, que o Consórcio de Empresas amplie a frota de coletivos na Cidade Operária e em seu entorno. Considerando que esta comunidade não possue linha própria. Já estivemos em duas oportunidades com o Secretário em 06 de julho e em 31 de agosto deste, no seu gabinete, ficando acertado o retorno para anunciar as decisões tomadas no tocante à proposta de pauta apresentada.
É do nosso conhecimento que constam no mapa que treze linhas de ônibus passam pela Cidade Operária num total de 134 ônibus. Ficamos surpresos com os números apresentados que seriam suficientes para atender tranquilamente mais de 50 mil usuários diariamente. Esperamos que nos horários de pico coloquem ônibus suficientes para atender a demanda.
Veja abaixo as linhas:
Mata.01 Santa Clara.15 Tropical São Francisco.23 Socorrão.23 Cidade Olímpica Ipase.10 Janaina Terminal.02 Kiola.02 Jardim América 10 Jardim tropical Santos Dumont.10 Cidade Operária São Francisco.06 Maiobinha.01 Cidade Olimpica Rodoviária.08 Cidade Olimpica São Francisco 10

Janaina Riod Centro.13
Pedro Mariano da Paz Câmara
Articulação do Movimento Popular Cidade Operária