sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Resgatando a História II

Resgatando a Historia E 1986,ainda no governo Luís Rocha,Foi feito um sorteio das casas que estavam cobertas pelo mato.Os contemplados não quiseram assumir as suas casas,onde estas mesmas casas e os prédios que seriam destinados para os serviços publicos estavam saqueados e depredados e não tinham no local transportes,saúde, educação,segurança e nem sequer agua,não tinham nada,a agua por exemplo,durante muito tempo,moradores formavam filas em chafarizes localizados na UEMA,muitos se utilizavam da carrinhos feitos de madeira e rolamentos .Então os sem tetos resolveram ocupar as casas,gerando um grande conflito entre os contemplados e invasores, com a intervenção da polícia no conjunto.Quem estava dentro não saia e quem estava fora não entrava.Então no dia 08 de março de 1987, o governador recém eleito Epitacio Cafeteira fez a sua primeira visita e falou:quem está na casa este é o dono.A correria foi grande para ver quem chegava primeiro nas casas e a luta foi grande entre os contemplados e sem tetos e nessa luta prevaleceram os mais fortes. Recebemos um conjunto habitacional com 7500(Sete mil e quinhentas)casas totalmente depredadas e saqueadas,um sistema de tratamento de esgotos com dois emissários e duas estações elevatórias(as bacias de esgotos localizadas em área proxima a Vila Riod).Em 1991 esse sistema,essa estrutura foi abandonada e desativada; o absurdo! invasão ao redor da bacia.Recebemos tambem 15(quinze) prédios destinados para uso publico,20 àreas institucionais,quatorze àreas verdes,05(cinco) àreas comerciais,02(dois)Rios com àguas cristalinas :Paciência e Mata.As àreas institucionais n°10 e16 foram loteadas pela COHAB-MA ; as demais tiveram uso de escolas e prédios de uso público.A maioria das áreas verdes tiveram modificados o seu destino e uso em desrepeito a lei n°766,que assegura que estas são de uso comum,são inalienáveis, a exemplo citamos:ao lado da UEMA(de 01 a 03)foi construído o conjunto Residencial Luis Rocha,ficando sobra de área em frente ao Supermercado Matheus.As áreas verdes 05 e 06 transformadas em centro comercial(posto de gasolina e outros prédios)As áreas de 07 a 10 foram ocupadas, invadidas.A de n° 12 localizada no coreto da U-101, A de n° 13 no coreto da U-105,onde foram instalados os terminais de ônibus Cidade Operaria 205-africanos; Área -14, construídas a Unidade Integrada Mata Roma,Igreja Universal e espaço destinado para pré escolar.Conforme prevê a lei n°766/79; são bens disposto ao interesse coletivo e que desfrutam de especial proteção para que as suas finalidades urbanisticas não sejam desvirtuadas por ação do Estado e de terceiros;são espaços livres destinados para praças,equipamentos comunitários,de lazer,têem uma finalidade estetica e paisagistica ,de proteção ao meio ambiente. E mesmo que não tenham sido implantados os parques, jardins, áreas verdes e afins, "nada altera para eles a proteção criada pela legislação dos loteamentos, na medida em que a tutela ecológica se faz não só em relação à situação fática presente, mas também visando a implantação futura dos melhoramentos ambientais", pois, caso contrário, "estar-se-á em franca afronta à proteção do meio ambiente, no que ele tem de maior realce para a vida cotidiana das pessoas, isto é, o meio ambiente urbano, pondo por terra a garantia dos cidadãos.".

Resgatando a História

CURIOSIDADES, DA CIDADE OPERÁRIA!
A Cidade Operária invadida em 1986, tinha no seu comando uma tropa de choque peso pesado que comandava estes movimentos de ocupação. Eles atuavam de forma organizada, e quando a polícia deslocava-se para fazer o despejo; ou quando os contemplados chegavam para receber as casas, comunicavam-se rapidamente pipocando foguetes. Um sinal, um código de comunicação coletiva que servia para reunir ou dispersa-los. Existia o Movimento dos Contemplados e dos Ocupantes. A injustiça imperava dos dois lados, pois havia um balcão de negócios; durante a noite, saiam caminhões carregados de portas e janelas. Oportunistas usavam o movimento para levar vantagens; situação comum nos processos de invasões; embora, entre estes existissem aquelas famílias de baixa renda provenientes do Movimento Sem Teto, que não possuíam casas e líderes desprovidos de atitudes de exploração. Inegavelmente, dirigentes comprometidos com o Movimento dos Sem Teto, contribuíram para garantir o direito das famílias necessitadas de moradia.
A Cidade Operária na época era denominada de cidade dormitório, totalmente abandonada pelo poder público. Com a extinção do BNH, construída em área limite entre dois municípios persistiu a polêmica cartorial. Entre muitas variáveis políticas, de um governo recém eleito (Cafeteira) e do último ano de administração Municipal (Gardênia). Sem paternidade, a estratégia dos líderes foi criar entidades comunitárias, movidos pelas necessidades emergenciais e pelo programa do leite (Leite do Sarney); dezenas de associações foram criadas. O bairro possuía dois Conselhos Comunitários, 02 Associações de Feirantes, duas Associações de Moradores, dois Departamentos de Futebol Amador. A disputa política e de espaço de liderança era efervescente, bastante agitada. Diziam os mais antigos em conversas de esquina para descontrair, que este permanente clima de confusão e briga é porque no local era um imenso matagal, de desova. E que as almas penadas estavam clamando por justiça.
O projeto técnico do Conjunto Habitacional Cidade Operaria possuía 04 prédios destinados para funcionar centros comunitários. Foram depredados e com o passar do tempo, desviados de suas finalidades 01 cedido para instalação do 6° batalhão de policia militar, situado em frente ao mercado e 03 destinados para a área de educação: U.I Nascimento Morais, CEM II, e Centro de Referencia em Assistência Social (CRAS). A comunidade não dispõe de um Centro Social Comunitário, um espaço para audiências públicas e reuniões de interesse coletivo. Os locais disponíveis com agendamento prévio são: Associação de Moradores (AMCCO), Paróquia João Calábria e Centro Educacional São José Operário. Falta é gente, lideranças para encaminhar e lutar pelas melhorias do bairro! E o povo participar ativamente do processo reivindicatório.